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“Pessoas em situação de rua precisam de serviço de melhor qualidade”, diz Ricardo Nunes

“Pessoas em situação de rua precisam de serviço de melhor qualidade”, diz Ricardo Nunes

O vereador Ricardo Nunes defendeu que os investimentos voltados à população em situação de rua sejam melhor aplicados. “Os gastos são altos e não se percebe a eficácia das ações desenvolvidas”, disse o parlamentar durante reunião desta quarta-feira (9/9) da subcomissão instalada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo para analisar os impactos dos programas de assistência social no município para pessoas nessa situação.

O investimento da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social para população em situação de rua é de R$189 milhões para todos os serviços oferecidos, como o acolhimento. “O trabalho da assistência é basicamente de recursos humanos, onde gastamos 75% para pagar profissionais, como psicólogos, assistentes sociais e orientadores socioeducativos”, explicou a coordenadora de proteção social especial, Isabel Bueno.

O vereador Ricardo Nunes acredita que o trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento social tem sido fundamental e os serviços melhoraram, no entanto, ele defende que seja feito um trabalho em conjunto com as secretarias. “É necessário avaliar todas as informações que conseguiremos durante o trabalho dessa subcomissão para saber quanto custa um morador de rua para a cidade para assim conseguir entender quais tipos de serviços ele precisa e qual é a melhor maneira de oferecer um atendimento de qualidade”, declarou o vice-presidente da subcomissão.FINANÇAS_Subcomissão Moradores de Rua_09_09_2015_1

Durante a reunião do colegiado, os vereadores ainda discutiram a efetividade do Censo da População em Situação de Rua, elaborado a cada nova gestão. De acordo com a pesquisa, São Paulo tem 15.905 pessoas em situação de rua e a taxa de crescimento anual caiu pela metade na comparação com os períodos de 2000-2009 e 2009-2015, de 5,14% para 2,56%.

“O censo é realizado em todas as regiões da cidade e envolve 180 pessoas. O objetivo é fornecer um número universal para subsidiar a ação do poder público”, explicou a integrante da equipe de coordenação do censo da População de Rua da Fipe, Maria Antonieta da Costa Vieira.

Para o coordenador da Pastoral da População de Rua, padre Júlio Lancelotti, os dados dessa pesquisa tem influência direta nas ações desenvolvidas pelo poder público. “O censo é apenas uma aproximação do que de fato acontece, os números não são absolutos e de certa forma nos da uma visão distorcida da realidade”, sinalizou. “Isso faz com que alguns moradores de rua não tenham atendimento, por exemplo, se temos um número menor de pessoas nessa situação vamos ter menos consultórios de saúde nas ruas”, acrescentou.

O vice-presidente da subcomissão concorda com Lancelotti e defende que o censo seja feito de uma maneira mais abrangente. “A pesquisa nos mostra apenas números e não mostra ações que poderiam ser realizadas para resolver o problema. Poderíamos pensar em um censo que faça essa contagem, mas com um objetivo. Os gastos são altos e não se percebe a eficácia das ações desenvolvidas”, disse.

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