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Tecnologia orienta o futuro da energia elétrica

Tecnologia orienta o futuro da energia elétrica

Futuro da energia elétrica será um mundo de oportunidades, mas transformação exigirá ousadia. Para isso, indústria precisa estar aberta a novas ideias

Por Roberto Wik

Cada setor tem seus próprios desafios, e as interrupções digitais estão por toda parte. As organizações devem ser ágeis e criar um impulso que respeite as novas realidades de sua indústria. Como as organizações tentam continuamente permanecer relevantes, elas precisam se adaptar às mudanças não apenas hoje, mas também amanhã. Mudanças constantes exigem pensamento baseado em cenários, explorando vários caminhos e a elaboração de uma estratégia digital baseada na preparação para o futuro. 

Para que as empresas continuem relevantes, elas precisam explorar o futuro e olhar para a próxima gerações. Segundo pesquisa de World in Data, em 1990, mais de 1,5 bilhão de pessoas não tinham eletricidade; em 2015 esse número caiu para 952 milhões. Em 2016, havia caído novamente para 940 milhões.

Hoje, a interação entre empresas de energia elétrica e seus clientes é principalmente transacional. As empresas usam as formas padrão de engajamento (telefone e correio) e vários serviços digitais (web, celular e chat de bate-papo) para se conectar com os clientes. A maior parte do tempo, essas interações ocorrem quando é hora de configurar um novo serviço ou resolver um problema que surgiu. E, claro, o medidor sagrado governa tudo. Aqueles números girando ou displays digitais marcam o consumo por um domicílio e determinam os custos de gás, água ou eletricidade consumidos. Apesar dos extensos dados que as empresas possuem de seus clientes, informações ou insights são limitados, e os clientes permanecem no escuro sobre onde e como toda essa energia é usada.

Medidores inteligentes e inteligência artificial (IA) estão ajudando os clientes a obter mais informações sobre seu consumo e permitir uma cobrança precisa. Mas esse é apenas o começo desse processo de transição.

À medida que a sociedade exige mais sustentabilidade, os clientes cada vez mais procuram soluções ecológicas e inteligentes, mesmo que o consumo continue crescendo. Empresas de energia elétrica precisam criar maneiras de mudar o poder nas mãos dos consumidores. Isso pode incluir tecnologias inteligentes que ajudam a controlar o consumo. Os clientes querem mais personalização e controle sobre seu consumo.

O futuro da energia é humano

Mas “autoatendimento” não significa que as empresas de energia elétrica devam ficar em posição passiva. Quanto mais a empresa estiver envolvida com seus clientes, e quanto mais ela forneça suporte e insights para otimizar o consumo de seus clientes, mais estes se tornarão dependentes do relacionamento. As empresas de energia elétrica do futuro provavelmente impulsionarão a vida inteira de um cliente: casa, carro, dispositivos, banda larga.

Usando IA e aprendizado de máquina, as empresas de energia elétrica podem sugerir os horários certos para os clientes obterem a energia de que precisam, com a economia que eles querem. E por meio da colaboração com outros setores – como fabricantes de automóveis ou eletrodomésticos – as empresas de energia elétrica podem aumentar seu valor ainda mais. Conectando-se diretamente com máquinas de lavar, geladeiras e carros dos clientes, por exemplo, elas podem oferecer sugestões para melhor consumo, enviar relatórios personalizados e muito mais.

Novos desafios e perguntas

Mudanças transformadoras são inevitáveis, bem como serão a realidade do futuro próximo, e terão ramificações políticas, econômicas e sociais. Considerando as novas oportunidades digitais, a questão é saber se estamos abordando os reais desafios de atender às nossas necessidades de energia, particularmente quando se trata de acesso igual para todos no planeta, e de onde a energia virá.

Para criar um mundo melhor, mais limpo, mais igualitário e sustentável, nós precisamos repensar nossos pontos de vista, não apenas no acesso a energia e produção, mas também sobre como consideramos o progresso e o crescimento da economia. Para isso precisamos de uma visão de futuro estruturada e estabelecida não apenas fazendo menos mal, mas fazendo apenas o bem. Afinal, a transição de hoje no setor de energia é mais orientada para os problemas do que para as possibilidades, como foram as mudanças passadas, pois decorre da necessidade de se tornar sustentável como uma sociedade. Por esse motivo, a indústria precisa ser ciente de fazer as perguntas certas e as coisas certas para criar nosso mundo futuro impulsionado por energia renovável.

Roberto Wik é diretor de indústria e varejo da Cognizant para a America Latina

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