Boa Notícia: Procedimentos menos invasivos reduzem cirurgias em mulheres e os impactos negativos do rastreamento do câncer de mama
Mais precisão no diagnóstico, menos cirurgias desnecessárias: a “Mamotomia” é considerada um dos exames mais assertivos para o diagnóstico do câncer de mama.
Mais precisão no diagnóstico, menos cirurgias desnecessárias: a “Mamotomia” é considerada um dos exames mais assertivos para o diagnóstico do câncer de mama.
Setembro de 2020 – Quando uma mulher recebe a notícia de que tem um câncer de mama, geralmente o diagnóstico vem acompanhado da informação de que ela será submetida a procedimentos cirúrgicos agressivos, como a retirada de um quadrante da mama, ou mesmo a mastectomia radical completa (retirada da mama). No Brasil, cerca de 70% das mulheres com a doença são submetidas à mastectomia, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Um dos motivos é a falta de acesso a exames preventivos, como mamografias e ultrassonografias, que podem detectar mais cedo a neoplasia e, neste caso, garantir em 95% as chances de cura. Ao longo dos anos, a perda da mama se confirma como o grande pavor da paciente que descobre a doença.
No entanto, pelo menos as cirurgias diagnósticas já podem ser substituídas por procedimentos menos invasivos graças à tecnologia. Segundo o Coordenador do Departamento de Imagem Mamária da SBM, o mastologista Henrique Lima Couto, muitas mulheres têm cirurgias evitadas graças a procedimentos como a Mamotomia: um exame semelhante a uma biópsia convencional, só que feito com uma agulha à vácuo, que literalmente “suga” o nódulo ou calcificação, alvos da investigação. “Este exame tem substituído cirurgias diagnósticas convencionais popularmente conhecidas como ´´agulhamento“, que envolvem bloco cirúrgico, anestesia geral venosa, com mais riscos e que deixam cicatrizes. Na Mamotomia a incisão é do tamanho da agulha, com anestesia local, feita ambulatorialmente, trazendo grande comodidade para a paciente, resultados rápidos e precisão no diagnóstico”, explica.
Segundo o médico, as cirurgias continuam sendo de extrema importância, pois existem tumores de difícil acesso. Na clínica Redimama, onde ele atua, foram feitas nos últimos três anos, mais de mil “Mamotomias”, na maioria dos casos, seriam de pacientes que iriam para mesa de cirurgia e que foram poupadas. O especialista explica ainda que, mesmo no bloco cirúrgico e com o intuito de preservar as mamas, médicos têm adotado novas técnicas para retirar tumores pela borda da aréola e mamilo ou pelo sulco mamário, com menor risco de complicações e melhores resultados estéticos. “Esse tipo de cirurgia evita que a mulher tenha o estigma de uma cirurgia radical, com cicatrizes no meio do seio. Lembrando que esses procedimentos podem ser combinados com a radioterapia, quimioterapia ou hormonioterapia, conforme orientação médica”, enfatiza.