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Revitalização do Museu do Ipiranga utiliza 120 toneladas de aço

Revitalização do Museu do Ipiranga utiliza 120 toneladas de aço

Projeto tem estrutura metálica como solução para tornar o prédio histórico mais seguro e confortável aos visitantes

O projeto de reestruturação metálica do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, mais conhecido como Museu do Ipiranga, alcançou a marca de 50% de obras concluídas neste mês. Para a revitalização e ampliação segura de um dos patrimônios tombados mais importantes do Brasil, a nova estrutura, que já está 80% concluída, conta com cerca de 120 toneladas de aço.

Assinado pela engenheira Heloisa Maringoni, da Companhia de Projetos, o projeto de de estruturas de aço do edifício monumental neo-renascentista, construído para celebrar a Independência do Brasil, foi desenvolvido com o objetivo de dar uma resposta objetiva, rápida e limpa, para não haver conflito com o delicado trabalho de restauro, que deveria acontecer simultaneamente às obras.

“O sistema em aço foi escolhido porque o Museu, por ser um edifício tombado, tinha limitações quanto às dimensões de peças, detalhes de vinculação, poucos pontos possíveis de apoio e necessidade de prontidão na performance estrutural. Mas como diria o pintor suíço naturalizado alemão, Paul Klee, toda limitação é um apoio”, explica Heloisa.

A engenheira conta que as estruturas de aço trouxeram, entre outras vantagens, harmonia com os elementos de madeira e ferro fundido da construção original, redução das áreas de interferência e canteiro de obras, transporte por acessos limitados, montagens precisas e esbeltez dos elementos.

“Para se ter ideia, os primeiros desenhos de fabricação chegaram para comentário no dia 20 de julho de 2020 e a grande treliça foi montada em 5 de outubro do ano passado. Em menos de um ano, quase toda estrutura em aço, que soma 120 toneladas do material, já está montada”, conta.

No caso do Museu, de acordo com a engenheira, o ganho de tempo foi importante, mas a logística acabou por falar ainda mais alto. “O tempo não é só definido pela execução, mas muitas vezes pela substituição ou reforço de estruturas existentes, que devem ser preparadas previamente para a intervenção. Houve casos em que não havia previsão para o uso do aço, mas ao iniciar os trabalhos da recuperação da madeira, ele se fez presente justamente por oferecer a agilidade que a obra demanda”, diz.

Além da agilidade e sustentação, as estruturas metálicas também trouxeram ganhos em termos de sustentabilidade. “O projeto teve a preocupação de reuso de materiais, como os barrotes em peroba rosa na composição dos novos pisos sobre as estruturas em aço, e nestas, a durabilidade e manutenção”, diz a engenheira.

De acordo com o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), o aço apresenta características sustentáveis significativas, principalmente por ser um material 100% reciclável e ter a possibilidade de retornar aos altos fornos sob forma de sucata e tomar um novo molde, sem perda de qualidade.

Esse novo projeto, com certeza, fará com que o Museu Paulista seja compatível aos grandes museus internacionais. “Eu costumo dizer que fiz um trabalho de alfaiataria estrutural, pois a alfaiataria é roupa sob medida, feita especialmente para aquele corpo, tem que ser justa, confortável e especial”, compara.

Museu do Ipiranga

O Museu do Ipiranga está situado no Parque da Independência, onde ocorreu a Proclamação da Independência do Brasil, e foi aberto ao público em 7 de setembro de 1895, sendo o museu público mais antigo da cidade de São Paulo.

O prédio – assim como suas dependências – é tombado pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e constitui um dos mais preservados conjuntos urbanísticos da cidade, abrigando também o Monumento à Independência, onde está localizada a cripta de Dom Pedro I, e a Casa do Grito.

Quando anunciada pelo Governo do Estado de São Paulo, em 2019, o processo de revitalização do museu estava estimado em R$ 160 milhões. A expectativa é que as obras sejam finalizadas em setembro de 2022 para a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil.

Com a revitalização, o museu terá uma nova área de 6800 m² e, assim, a visitação pública na instituição será ampliada de forma significativa, podendo receber um público acima de 500.000 visitantes por ano.

Para acompanhar as obras, a organização do museu disponibiliza um passeio virtual gratuito pelo link: www.banibconecta.com/site/tour/concrejato/museuipiranga2021/autostart.

As obras do Novo Museu do Ipiranga são financiadas via Lei de Incentivo à Cultura.

Patrocinadores e parceiros: BNDES, Fundação Banco do Brasil, Vale, Bradesco, Caterpillar, Comgás, CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, EDP, EMS, Itaú, Sabesp, Banco Safra, Honda, Postos Ipiranga, Pinheiro Neto Advogados, Atlas Schindler e Novalis.

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