Cinco motivos para não aderir a dieta low-carb
Diminuição do carboidrato. Essa é a principal função da dieta low-carb que vem ganhando cada vez mais espaço no dia a dia dos brasileiros. Apesar de parecer novidade, a ideia surgiu nos anos 70 com a famosa dieta do Dr. Atkins, rica em gordura saturada vinda principalmente do consumo de carnes, ovos e bacon, mas logo foi apontada como inimiga para o coração.
A low-carb e versões mais modernas, como a dieta de South Beach, Dukan e paleolítica, são focadas no alto consumo de proteínas e restritas às gorduras saturadas. Embora os nomes sejam diferentes, elas colocam no carboidrato — pães, massas e cereais — a responsabilidade pelo ganho de peso. A explicação é que o nutriente estimularia a secreção de insulina, que quando está alta, incentiva os estoques de gordura. Ou seja, para essas dietas, retirar o carboidrato, diminui a insulina no corpo favorecendo a queima de gordura, e consequentemente o emagrecimento.
Um estudo de revisão publicado em 2016 na revista Endocrinology and Metabolism Clinics of North America avaliou a eficácia de várias dietas restritivas (low-carb, mediterrâneo e equilibrada tradicional) para quem deseja emagrecer. A conclusão foi que todas foram eficazes só que em curto prazo. Sendo assim, o emagrecimento não se deve apenas de restrição de carboidratos. A quantidade total de calorias ingeridas diariamente são as reais responsáveis pela perda de peso. Além de tudo, dietas muito restritivas podem causar malefícios à saúde.
A nutricionista Mariana Nacarato, da Equilibrium, listou cinco motivos para você pensar antes de aderir a uma dieta low-carb.
- O carboidrato é a principal fonte de energia para o cérebro
Mal-estar, dor de cabeça e dificuldade de concentração são os principais sintomas das dietas restritivas. Tudo porque o cérebro utiliza a glicose vinda dos carboidratos para ter mais energia. A pessoa que adere a esse cardápio também pode ficar mal-humorada, uma vez que o nutriente participa da produção de serotonina, o neurotransmissor que estimula o bom humor.
- O carboidrato fornece energia para a prática de atividades físicas
Muito importante para a prática de exercícios físicos, a falta de carboidrato pode refletir em fadiga, mal-estar e tontura, o que pode prejudicar o desempenho principalmente das atividades aeróbicas como corrida, caminhada e natação, que demandam uma grande quantidade de energia.
- Dietas restritivas não funcionam a longo prazo
Quem já fez algum tipo de dieta para emagrecer, nota a dificuldade de manter o peso. Entre 3 e 6 meses muitos cardápios oferecem grandes resultados, mas depois desse período a perda de peso pode ficar estagnada, e até ocasionar no ganho do peso perdido. Manter o peso na balança está alinhado com hábitos saudáveis e com a mudança no estilo de vida.
- 4. Dificuldade de adaptação
Dietas muito restritivas demandam a retirada de alimentos tradicionais da cultura brasileira como pães, massas, cereais e leguminosas. Alimentação que não respeita a cultura alimentar certamente pode gerar frustração.
- Mau funcionamento do intestino
As fibras, essenciais ao bom funcionamento do intestino, estão presentes em diversos alimentos fontes de carboidratos, como pães integrais, macarrão integral, tubérculos (como a batata-doce, mandioca) e frutas. Na dieta low-carb o consumo desses alimentos fica muito restrito e pode comprometer a quantidade de fibras ingerida diariamente. Se o intestino não funciona bem, maior a retenção de líquidos, inchaço, mau-humor e dificuldade de perder peso.
Não é preciso fazer grandes restrições para emagrecer! Com o consumo adequado de calorias diárias e que incluem os carboidratos no cardápio, é possível alcançar a perda de peso com equilíbrio. Sempre que possível, opte pelo pão, massas e cereais integrais. Além disso, procure praticar atividades físicas e também um apoio psicológico. Ambos podem trazer estratégias eficazes e seguras que garantem resultados mais duradouros.