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Cuidados com recém nascidos. Será que muita coisa mudou?

Cuidados com recém nascidos. Será que muita coisa mudou?

Especialistas explicam que limitar a quantidade de pessoas que tenham o contato com o bebê e manter o ambiente sempre higienizado e seguro são as melhores medidas

Dizem que tudo muda depois que um bebê chega em casa e as dúvidas se o cuidado é necessário ou exagero ficam no ar. Para a médica pediatra e neonatologista, Isabel Firmino, do Hospital Anchieta de Brasília, quando se trata de recém nascido, precisamos ter cautela e muita vigilância. Segundo ela, é muito importante que os pais sejam orientados quanto à prevenção de doenças, principalmente as respiratórias, algumas muito graves nessa faixa etária, como a infecção causada pelo Vírus Sincicial Respiratório. E diante de uma pandemia, as restrições aumentam ainda mais.

“O ideal seria que apenas pai e mãe cuidassem do bebê, limitando o número de cuidadores”, comenta. Ela continua: “também é preciso evitar ao máximo situações que aumentem o risco de contaminação, como visitas e, caso aconteça, que o visitante use máscara”. A especialista aponta que é imprescindível prover boa ventilação, higiene frequente das mãos ao cuidar do bebê e desinfecção diária dos utensílios do recém-nascido.

E, caso pai ou mãe apresentem sintomas respiratórios, devem usar máscaras, higienizar as mãos antes de tocar o bebê e manter o berço a uma distância de pelo menos um metro da cama dos pais. Dra Isabel ressalta que a amamentação deve ser mantida se a mãe tiver condições.

A médica também destaca que o acompanhamento do recém nascido não pode ser deixado de lado. “É importante manter o seguimento com o Pediatra e os demais profissionais se assim o bebê precisar. As instituições devem estar preparadas para isso, garantindo distanciamento seguro e marcação de consultas mais espaçadas para evitar aglomerações”, conclui.

Sistema imunológico enfraquecido
O infectologista Victor Bertollo pontua que quando o bebê nasce seu sistema imunológico não está completamente desenvolvido, eles ainda são muito dependentes dos anticorpos passados pela mãe, tanto dentro do útero – pela placenta, quanto os do leite materno para se proteger das infecções. Por isso, conforme o médico, o organismo deles ainda não consegue reagir de maneira 100% adequada.

“Mesmo com os anticorpos da mãe e o aleitamento materno, eles não estão completamente protegidos. Há uma série de infecções, principalmente por vírus respiratórios, que podem acometer e até levar um recém nascido ao óbito”, pontua. “Existem alguns vírus que em crianças maiores ou mesmo adultos levariam a um resfriado comum, mas que em recém-nascidos pode ser potencialmente fatal, como o vírus sincicial respiratório”, acrescenta Bertollo.
Dr Victor explica que esse vírus, no geral, tem a transmissão semelhante ao vírus da covid-19, por meio de gotículas de saliva e contato físico, então os mesmos cuidados utilizados para prevenir a covid-19 também ajudam a evitar esses outros casos, limpeza de mãos, uso de máscaras, evitar contato físico, manter os ambientes bem ventilados, entre outros. Para o especialista, os bebês estão numa situação de vulnerabilidade importante logo após o nascimento, e é por isso que, no geral, não se recomendam visitas, seja de pessoas próximas ou distantes.

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