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Especialistas da Unifesp apontam os riscos das mochilas pesadas

Especialistas da Unifesp apontam os riscos das mochilas pesadas

Lição de casa, livros didáticos, estojo, cadernos, tudo isso dentro das mochilas e, quase sempre, nas costas das crianças. Neste início de ano letivo, uma dúvida frequente é sobre qual mochila é a ideal para as crianças e adolescentes e qual o peso que eles podem carregar sem causar prejuízos para a coluna.

O ortopedista da Unifesp Dr. Maurício Uyeda aponta os riscos que correm as crianças ao carregar essas mochilas tão pesadas. Um dos problemas agravados pelo excesso de peso na mochila é a escoliose ─ quando a coluna apresenta uma curvatura em forma de “S” ─, a cifose e a lordose são outros problemas que, dependendo do grau de gravidade, podem demandar sessões de fisioterapia ou, em casos extremos, levar até a intervenções cirúrgicas. De acordo com o médico, o peso das mochilas não deve ser superior a 10% do peso do indivíduo ─ isso significa que, se a criança pesa 50 quilos, a mochila não pode ter mais do que cinco.

“O excesso de peso, além das complicações citadas, pode interferir também no crescimento das crianças e jovens, uma vez que elas tendem a se curvar para suportar o peso da mochila e, com isso, vão acostumando mal a coluna”, destaca Dr. Maurício e Cadu concorda: “O peso sobre músculos, tendões, nervos e articulações pode causar dores e inflamações que, com o passar do tempo, tornam-se mais graves e desencadeiam outras doenças e problemas. Segundo o fisioterapeuta, isso acontece porque na tentativa inconsciente de tentar equilibrar a carga, muitas crianças acabam se curvando ou pendendo o corpo para um dos lados e assim, desalinham totalmente a postura.

Pescoço, ombros, braços e costas são sempre os primeiros a serem afetados. “Os ombros sofrem os primeiros sinais do excesso de peso que sobrecarrega a musculatura e as articulações da região, causando processos inflamatórios e, em casos mais graves, até artrose, alerta o fisioterapeuta.

Além de respeitar os limites de peso recomendados, Dr. Mauricio destaca a importância de crianças distribuírem o peso das mochilas, utilizando sempre as duas alças aos ombros. O médico recomenda que os alunos evitem carregar todo o material no dia a dia, deixando os que não serão utilizados na escola ou em casa.

“Uma alternativa saudável para as crianças e adolescentes seria utilizar as mochilas com puxadores de mão e rodinhas, para evitar que o sobrepeso das malas cause problemas nas costas, relembrando que os pais devem, nos casos das mochilas com puxadores, observar a altura da mala em relação ao filho. Porque a criança não deve se curvar para um lado enquanto tenta puxar a mochila”, conclui o médico.

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