Quando o medo vira uma doença? Entenda o trajeto da ansiedade ao pânico
O “medo de sentir medo” é a uma das definições mais comuns por quem sofre de síndrome do pânico, doença ainda vista com preconceito por falta de informação. De acordo com a OMS, mais de 264 milhões de pessoas sofrem de transtornos de ansiedade no mundo, patologia que desencadeia a síndrome do pânico. Os brasileiros formam 9,3% da população mundial com esta doença.
Para compreender as diferenças entre o medo comum e a ansiedade que desencadeia a Síndrome do Pânico, a psicóloga da Doctoralia, Tatiane Paula Souza, pontua os sintomas mais comuns para identificar quando é o momento de procurar ajuda profissional.
O medo comum é uma “resposta física que nos direciona e nos alerta em situações que oferecem risco real no presente”, afirma Tatiane. “Já no transtorno de pânico, são emitidos os mesmos sintomas do medo, porém trata-se de uma sensação imaginária de que algo ruim acontecerá (projeção de futuro), mesmo que não haja motivos palpáveis que justifiquem”.
De acordo com a psicóloga, o próprio receio de passar por uma nova crise é uma das principais características do quadro da síndrome. “Os pacientes que experienciam esses sintomas desenvolvem novos medos de ter novas crises, comprometendo as áreas da vida pessoal, profissional e afetiva, pois as tentativas de se auto-proteger geram um mecanismo de defesa que tendem a desgastar os vínculos que a pessoa cultivava antes da acentuação das crises”.
Sinais da Síndrome do Pânico
Abaixo, algumas perguntas que o indivíduo deve fazer para identificar se o medo está acima do normal e deve ser tratado:
- Sinto que vou enlouquecer, frequentemente?
- Fujo de situações sociais por medo?
- Penso que o mundo é perigoso?
- Sinto que o medo me paralisa e me faz perder o controle?
- Antes que algo de ruim aconteça em minha vida, fujo de situações que poderiam me expor ao medo?
- Tenho mudanças bruscas e aceleradas do pensamento, motivadas pelo medo?
Além dos sintomas psicológicos, há também alguns sintomas físicos que podem se manifestar:
- Taquicardia;
- Sudorese;
- Visão turva;
- Náusea;
- Dormência nas mãos;
- Sensação de morte e sufocamento.
Identificando-se com estes sintomas e condições, é importante procurar um médico psiquiatra e um psicólogo especialista em Saúde Mental para dar início ao tratamento.
“É importantíssimo procurar um psiquiatra para diagnóstico e prescrição do tratamento medicamentoso mais adequado que varia de paciente para paciente. O tratamento medicamentoso é fundamental para estabilização do quadro”, recomenda Tatiane, complementando que o tratamento com um psicólogo “contribui para o desenvolvimento e a capacitação do paciente em identificar os sinais que antecedem a crise, permitindo que a pessoa retome suas atividades do dia a dia.”