Tireoide pode apresentar alterações em todas as fases da vida
Às vésperas do Dia Internacional da Tireoide, especialista lista os exames que detectam alterações na glândula e os tratamentos mais eficazes para os distúrbios apresentados
Celebrado nesta terça-feira, 25, o Dia Internacional da Tireoide destaca a importância de entender os problemas relacionados à tireoide e promove uma conscientização nacional sobre como identificar problemas relacionados à glândula.
Localizada na parte anterior do pescoço, a tireoide é responsável pela produção dos hormônios que atuam diretamente na boa função de órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins. “São estes mesmos hormônios que também interferem nos ciclos menstruais, alteram o peso corporal, prejudicam a concentração e a memória e podem provocar mudanças de humor, porque mexem com o controle emocional e ainda afetam o desenvolvimento de crianças e adolescentes,”, explica a médica endocrinopediatra do Grupo Sabin, Dra. Georgette Beatriz de Paula.
De acordo com a especialista, se essa glândula não funciona adequadamente passa a liberar hormônios de forma alterada. “Tanto o excesso como a deficiência da produção hormonal, podem fazer com que o paciente apresente aumento no volume da tireoide, o chamado bócio, que pode cursar com outros sinais e sintomas clínicos. A alteração da produção dos hormônios tireoidianos pode aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso” e alerta que atenção especial deve ser dada no período neonatal “nesta fase, a produção hormonal deficiente (hipotireoidismo congênito), caso não seja diagnosticado e tratado precocemente, pode afetar de forma permanente o desenvolvimento neurológico do bebê”.
A especialista reitera que as alterações na tireoide podem ser identificadas ainda nos primeiros dias vida. “Em recém nascidos, a triagem é feita no período neonatal com o teste do pezinho e se vier resultado alterado, este é confirmado com dosagens séricas de de TSH e T4 livre”, exames que estão disponíveis no portfólio do Grupo Sabin. A médica destaca também que o TSH pode ser feito em pacientes de todas as idades e, se forem apresentadas anormalidades, novos exames podem ser recomendados conforme a necessidade, como o T4 total e livre e T3 total e livre, para diagnósticos de hipo e hipertireoidismo.
Com os pequeninos a atenção deve ser contínua, porque em outras fases da infância mudanças na tireoide costumam aparecer e podem provocar atraso no crescimento da criança e no início da puberdade, atrapalhar hábitos intestinais, causar cansaço excessivo. “A Tireoide é fundamental para garantir o equilíbrio do organismo. É ela que controla a velocidade do metabolismo do corpo por isso é tão importante redobrar os cuidados de dentro para fora. Não abrindo mão dos exames preventivos que ajudam a identificar o problema e monitorar o tratamento de qualquer distúrbio da tireóide”, orienta.
Outros exames não laboratoriais também ajudam a analisar a glândula, como a cintilografia o paciente é submetido à uma avaliação física das anormalidades da tireoide e funções da tireoide em diversas áreas. Também podem ser indicados exames de ultrassonografia para conferir se há aumento da tireoide e avaliar possíveis nódulos ou cistos, ou, em alguns casos a biópsia, em que é retirada uma pequena quantidade de tecido ou de líquido da área a ser examinada.
Os variados indicativos de tratamento
As formas de tratar as doenças da tireoide variam de acordo com a causa do problema, a gravidade dos sintomas e os níveis hormonais indicados nos exames laboratoriais. “Em crianças, grande parte dos pacientes resolvem os problemas fazendo reposição do hormônio da tireoide por toda a vida. São casos que exigem acompanhamento médico integral, porque requer monitoramento da evolução do distúrbio.
Se o caso for tratar distúrbios do hipertireoidismo, pode ser recomendado destruir parte da glândula com iodo radioativo, remédios anti-tireoidianos ou cirurgia para remover toda a tireoide ou parte dela. “São tratamentos que podem ser adotados isoladamente ou combinados. Se a melhor decisão é retirar a tireoide, o paciente desenvolve o hipotireoidismo. Aí, é preciso iniciar um novo tratamento, à base de com reposição hormonal”, explica.
Em casos mais graves, como câncer de tireoide, o tratamento vai depender do tipo de câncer o nível de disseminação do tumor. “Como há vários tipos de câncer na região, é preciso avaliar caso a caso. Há tipos que costumam responder bem ao tratamento, e tem alta incidência de cura e outros casos o tratamento pode ser um pouco mais complexo e envolver radioterapia ou quimioterapia antes ou depois da cirurgia”, finaliza.